sábado, 28 de maio de 2011

Lilith


 Mito e Etimologia

As origens da Lilith ocultam-se num tempo anterior ao próprio Tempo. Ela surgiu do Caos e embora existam muitos mitos acerca de seus primórdios, Lilith aparece em todos eles como uma força que se contrapõem à bondade de Deus.
Os modernos a relacionam à suméria Lulu, que significa libertinagem. Ela seria um demônio noturno que excita à volúpia.
Na área hebraica do Oriente Médio temos, Lilith -Lilitu -Lulu como variável de demoníaco e que expressa a paixão turva de sexualidade desenfreada que pode insidiar e submeter o homem.
No Egito a Lilith aparece como Ishtar.
O apogeu grego marca o declínio da força primordial feminina, pois para a própria construção do mundo eminentemente solar (patriarcal) de dinastias masculinas (com Urano-Cronos-Zeus) não poderia haver um poder feminino que pudesse equiparar-se aos Deuses e assim ela passa a ser permanentemente identificada com forças malignas. Primeiro foi comparada à Perséfone (raptada por Hades) e depois à Hécate (que passou a presidir a magia e os encantamentos ligando-se ao mundo dos mortos).
Na Bíblia há uma citação de que Lilith poderia ter sido a primeira companheira de Adão. Roberto Sicuteri ressalta que no Gênesis há uma passagem que sugere que este teria sido criado "macho e fêmea", ou seja hermafrodita. E que a Lilith seria a parte interior de Adão.
Em Robert Graves, importante mitólogo, falando acerca de comentários cabalísticos sobre o Pentateuco, temos o seguinte: "Deus então criou Lilith, a primeira mulher, assim como havia criado Adão mas usando fezes e imundície ao invés de pó puro".
Há também uma versão que nos conta que Deus criou a alma dos demônios (dentre os quais a Lilith), mas quando ia criar o corpo começou o Sabbath e portanto os deixou inacabados. Ao término do dia em que Ele repousou, Adão já havia consumado sua relação com Lilith, o que bem representa o arquétipo da relação homem-mulher. No entanto, ela negava-se a submeter-se ao homem. Inclusive no ato sexual, ela queria ficar sobre Adão mas este lhe negava o desejo. Então, insatisfeita, ela fugiu para o deserto e foi viver com os demônios (onde existe também a versão de que haveria procriado com eles).
Lilith também foi ralacionada com o Espírito do Vento, o mais repugnante e monstruoso dos demônios sumério-acadianos, identificada pelas populações nômades como o desapiedado Vento do Sudoeste, capaz de enfraquecer a vida humana.
Ela é considerada como um demônio do Ar (elemento que é associado às forças demoníacas pois é ele que separa o Céu da Terra). Na própria capa do livro de Sicuteri há uma representação suméria em que vemos a Lilith com asas e garras ao invés dos pés.
Ainda segundo Sicuteri, é na época da transposição da versão jeovística da Bíblia para a versão sacerdotal que a lenda da Lilith teria sido eliminada.
O autor também nos apresenta uma pesquisa acerca da etmologia do nome Lilith.
Na Suméria a raiz Lil aparece nas formas dos nomes de espíritos malígnos como Enlil, Ninhil e Mulil.
Na liturgia Acadiana e Mesopotâmica aperecem preces e esconjuros apresentando os nomes de Lilitu e Lilucomo figuras malígnas. Em 2000 AC parece que o nome transformou-se em Lillake.
Há ainda uma etmologia hebraica que fazia derivar o nome bíblico da Lilith de Layl ou Laylah que significa noite (no sentido do espírito da noite). Assim ela seria o Espírito da Noite.

Cálculo da Lilith
A Lilith é, da mesma forma que os Nodos Lunares, um ponto virtual que corresponde à maior distância da Lua em relação à Terra na sua órbita (astronômicamente denominado apogeu). Temos, também como no caso dos Nodos, as posições Mean (Média) e True (Verdadeira). Os franceses, que são os que mais fazem referência à Lilith, usam a Mean. Seu Ciclo Médio é de 8 anos e 9 meses.
J. Aimé cita o ponto oposto (e complementar) à Lilith na elipse da órbita lunar ou perigeu como Príapo (que devido aos malefícios de Juno nasceu com um falo descomunal). Há quem, mesmo sem designar o ponto oposto, trabalhe com o Eixo, como no caso dos Nodos.
Há ainda um asteróide, Lulu, que é conhecido como Lilith (fato explicado pela etmologia) mas que não deve ser confundido com o apogeu lunar.
Lilith no Mapa Natal
Um dos que mais enfatizou a importância da Lilith foi Dom Néroman (que criou a técnica de Evolutivo denominada Fatum). Para ele, juntamente com o Dragão (eixo dos Nodos) a Lilith forma o que chamou de "casal lunar oculto". Néroman considera que na casa onde ela se encontra pode haver uma exarcebação da sexualidade.
Já na visão de Marie Thérèse de Longchamps a Lilith é mais importante em signos e casas de água (provavelmente pelo caráter primitivo e instintivo atribuído ao elemento). Porque, segundo Longchamps, "a Lilith descreve as dificuldades instintivas sendo o sedimento que está no fundo do vaso da vida.". E complementa que "a chave do problema está nas profundezas do inconsciente".
Barbara Koltuv tem um enfoque interessante. Segundo a autora, dentro do Ciclo Feminino a mulher estaria possuída pela Lilith no período que compreende do fim da menstruação à ovulação. À partir da ovulação até a menstruação seguinte corresponderia à uma fase de recolhimento da Lilith (ou auge da Eva).
Se acontece a fecundação,durante todo o período da gestação, a mulher torna-se toda Lua. No entanto, logo após o parto, a Lilith volta com toda a força, o que explica a depressão que acomete algumas mulheres, nesse período, fazendo-as rejeitarem seus recém-nascidos.
A prática de atendimento nos mostra que as mulheres que possuem a Lilith angular (especialmente na 1 e na 10) são reconhecidas na sociedade como forças autônomas, desvinculadas de qualquer figura masculina.
No entanto, podemos perceber que alguns dos ícones femininos da cultura contemporânea revelam uma outra face de fragilidade e carência, ainda que incontestáveis Liliths, tais como Marilyn Monroe (com a Lilith na 1 em Leão) e Camille Claudel (em Virgem na 10).
Ainda em mapas de mulheres é interessante observar as condições por signo, casa e aspectos da Lilith e da Lua e assim avaliar qual delas tem mais força no mapa.
No mapa de um homem, igualmente, podemos analisar o predomínio de uma ou de outra e teremos pistas sobre o tipo de mulher que o atrai. Se este tiver uma Lilith muito forte em seu mapa, é bem possível que se interesse por uma mulher que se encaixe nesse perfil, muito embora mais tarde ele possa vir a repelir essa mulher pelo mesmo motivo.
Livros dos autores citados:
- LILITH A LUA NEGRA- Roberto Sicuteri
- THE BOOK OF LILITH - Barbara Koltuv
- LES NOEUDS LUNAIRES ET LA LUNE NOIRE- Marie Thérèse des Longchamps
- ASTROLOGIE PASSION-Sous la direction d'Elizabeth Teissier.

Ana Olgarita Leão, Celisa Beranger, Cláudia Castello Branco, Deborah Camacho, Gilza Sobral, Maria Fernanda Valente, Marcus Rei, Marilene Menezes, Marilha Suzuki, Marli Veloso, Martha Pires Ferreira, Thereza Samuel, Thereza Santos e Vânia Lobo. (Grupo Eixo 3/9)

Elaboração: Deborah Camacho
 
http://www.espaco-do-ceu.com.br/artigos/lilith.htm

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