Mito e Etimologia
As origens da Lilith ocultam-se num tempo anterior ao próprio Tempo. Ela surgiu do Caos e embora existam muitos mitos acerca de seus primórdios, Lilith aparece em todos eles como uma força que se contrapõem à bondade de Deus.
Os modernos a relacionam à suméria Lulu, que significa libertinagem. Ela seria um demônio noturno que excita à volúpia.
Na área hebraica do Oriente Médio temos, Lilith -Lilitu -Lulu como variável de demoníaco e que expressa a paixão turva de sexualidade desenfreada que pode insidiar e submeter o homem.
No Egito a Lilith aparece como Ishtar.
O apogeu grego marca o declínio da força primordial feminina, pois para a própria construção do mundo eminentemente solar (patriarcal) de dinastias masculinas (com Urano-Cronos-Zeus) não poderia haver um poder feminino que pudesse equiparar-se aos Deuses e assim ela passa a ser permanentemente identificada com forças malignas. Primeiro foi comparada à Perséfone (raptada por Hades) e depois à Hécate (que passou a presidir a magia e os encantamentos ligando-se ao mundo dos mortos).
Na Bíblia há uma citação de que Lilith poderia ter sido a primeira companheira de Adão. Roberto Sicuteri ressalta que no Gênesis há uma passagem que sugere que este teria sido criado "macho e fêmea", ou seja hermafrodita. E que a Lilith seria a parte interior de Adão.
Em Robert Graves, importante mitólogo, falando acerca de comentários cabalísticos sobre o Pentateuco, temos o seguinte: "Deus então criou Lilith, a primeira mulher, assim como havia criado Adão mas usando fezes e imundície ao invés de pó puro".
Há também uma versão que nos conta que Deus criou a alma dos demônios (dentre os quais a Lilith), mas quando ia criar o corpo começou o Sabbath e portanto os deixou inacabados. Ao término do dia em que Ele repousou, Adão já havia consumado sua relação com Lilith, o que bem representa o arquétipo da relação homem-mulher. No entanto, ela negava-se a submeter-se ao homem. Inclusive no ato sexual, ela queria ficar sobre Adão mas este lhe negava o desejo. Então, insatisfeita, ela fugiu para o deserto e foi viver com os demônios (onde existe também a versão de que haveria procriado com eles).
Lilith também foi ralacionada com o Espírito do Vento, o mais repugnante e monstruoso dos demônios sumério-acadianos, identificada pelas populações nômades como o desapiedado Vento do Sudoeste, capaz de enfraquecer a vida humana.
Ela é considerada como um demônio do Ar (elemento que é associado às forças demoníacas pois é ele que separa o Céu da Terra). Na própria capa do livro de Sicuteri há uma representação suméria em que vemos a Lilith com asas e garras ao invés dos pés.
Ainda segundo Sicuteri, é na época da transposição da versão jeovística da Bíblia para a versão sacerdotal que a lenda da Lilith teria sido eliminada.
O autor também nos apresenta uma pesquisa acerca da etmologia do nome Lilith.
Na Suméria a raiz Lil aparece nas formas dos nomes de espíritos malígnos como Enlil, Ninhil e Mulil.
Na liturgia Acadiana e Mesopotâmica aperecem preces e esconjuros apresentando os nomes de Lilitu e Lilucomo figuras malígnas. Em 2000 AC parece que o nome transformou-se em Lillake.
Há ainda uma etmologia hebraica que fazia derivar o nome bíblico da Lilith de Layl ou Laylah que significa noite (no sentido do espírito da noite). Assim ela seria o Espírito da Noite.
Cálculo da Lilith
Cálculo da Lilith
A Lilith é, da mesma forma que os Nodos Lunares, um ponto virtual que corresponde à maior distância da Lua em relação à Terra na sua órbita (astronômicamente denominado apogeu). Temos, também como no caso dos Nodos, as posições Mean (Média) e True (Verdadeira). Os franceses, que são os que mais fazem referência à Lilith, usam a Mean. Seu Ciclo Médio é de 8 anos e 9 meses.
J. Aimé cita o ponto oposto (e complementar) à Lilith na elipse da órbita lunar ou perigeu como Príapo (que devido aos malefícios de Juno nasceu com um falo descomunal). Há quem, mesmo sem designar o ponto oposto, trabalhe com o Eixo, como no caso dos Nodos.
Há ainda um asteróide, Lulu, que é conhecido como Lilith (fato explicado pela etmologia) mas que não deve ser confundido com o apogeu lunar.
Lilith no Mapa Natal
Um dos que mais enfatizou a importância da Lilith foi Dom Néroman (que criou a técnica de Evolutivo denominada Fatum). Para ele, juntamente com o Dragão (eixo dos Nodos) a Lilith forma o que chamou de "casal lunar oculto". Néroman considera que na casa onde ela se encontra pode haver uma exarcebação da sexualidade.
Já na visão de Marie Thérèse de Longchamps a Lilith é mais importante em signos e casas de água (provavelmente pelo caráter primitivo e instintivo atribuído ao elemento). Porque, segundo Longchamps, "a Lilith descreve as dificuldades instintivas sendo o sedimento que está no fundo do vaso da vida.". E complementa que "a chave do problema está nas profundezas do inconsciente".
Barbara Koltuv tem um enfoque interessante. Segundo a autora, dentro do Ciclo Feminino a mulher estaria possuída pela Lilith no período que compreende do fim da menstruação à ovulação. À partir da ovulação até a menstruação seguinte corresponderia à uma fase de recolhimento da Lilith (ou auge da Eva).
Se acontece a fecundação,durante todo o período da gestação, a mulher torna-se toda Lua. No entanto, logo após o parto, a Lilith volta com toda a força, o que explica a depressão que acomete algumas mulheres, nesse período, fazendo-as rejeitarem seus recém-nascidos.
A prática de atendimento nos mostra que as mulheres que possuem a Lilith angular (especialmente na 1 e na 10) são reconhecidas na sociedade como forças autônomas, desvinculadas de qualquer figura masculina.
No entanto, podemos perceber que alguns dos ícones femininos da cultura contemporânea revelam uma outra face de fragilidade e carência, ainda que incontestáveis Liliths, tais como Marilyn Monroe (com a Lilith na 1 em Leão) e Camille Claudel (em Virgem na 10).
Ainda em mapas de mulheres é interessante observar as condições por signo, casa e aspectos da Lilith e da Lua e assim avaliar qual delas tem mais força no mapa.
No mapa de um homem, igualmente, podemos analisar o predomínio de uma ou de outra e teremos pistas sobre o tipo de mulher que o atrai. Se este tiver uma Lilith muito forte em seu mapa, é bem possível que se interesse por uma mulher que se encaixe nesse perfil, muito embora mais tarde ele possa vir a repelir essa mulher pelo mesmo motivo.
Livros dos autores citados:
- LILITH A LUA NEGRA- Roberto Sicuteri
- THE BOOK OF LILITH - Barbara Koltuv
- LES NOEUDS LUNAIRES ET LA LUNE NOIRE- Marie Thérèse des Longchamps
- ASTROLOGIE PASSION-Sous la direction d'Elizabeth Teissier.
- LILITH A LUA NEGRA- Roberto Sicuteri
- THE BOOK OF LILITH - Barbara Koltuv
- LES NOEUDS LUNAIRES ET LA LUNE NOIRE- Marie Thérèse des Longchamps
- ASTROLOGIE PASSION-Sous la direction d'Elizabeth Teissier.
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